INTRODUÇÃO
O conhecimento pode ser encontrado através da leitura que, por sua vez, possibilita formar uma sociedade consciente de seus direitos e de seus deveres - formar um cidadão crítico e atuante; possibilita aos leitores uma visão melhor de mundo e de si mesmos. Para obter um senso crítico somente mediante a leitura dos textos que, segundo Kriegl (2002). Kato (1985, 1986) e Keliman (1989), atuam sobre os esquemas cognitivos do leitor.
No ano de 2006 foi desenvolvido pela pesquisadora o projeto “Projeto Escola Eficiente Ler e Escrever” em conjunto com a Secretaria de Educação de Mauriti - Ceará, com oobjetivo de através da leitura e escrita em seus diversos contextos, de formas lúdica e prazerosa envolverem os atores deste processo melhorar os indicadores como IDEB; um trabalho voltado a elevar o índice de aprendizagem para reduzir a reprovação e a evasão para ampliar o atendimento e retomar ao ponto inicial proposto pelo projeto com um atendimento direcionado à família e intensificar na educação infantil abrangência até o Ensino Fundamental II.
Segundo o site ‘Educar para Crescer’ (2010), a nota de 0 a 10, atribuída a cada escola é o resultado de uma multiplicação: os pontos obtidos no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - Saeb e/ou na Prova Brasil vezes a taxa de aprovação de alunos daquela escola. Para obter uma boa nota no IDEB é preciso que os alunos tenham se saído bem nessas duas provas aplicadas pelo Ministério da Educação, e também que a escola apresente uma baixa taxa de reprovação. Os dois fatores são igualmente importantes.
O IDEB é calculado a partir de dois elementos: taxa de rendimento escolar - aprovação, e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo INEP. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil - para Idebs de escolas e municípios, e do Saeb - Idebs dos estados e nacional. A forma geral do IDEB é dada por N ji =(IDEB ji x P ji , onde, segundo o INEP (s/d): i = ano do exame (Saeb e Prova Brasil) e do Censo Escolar; Nji = média da proficiência em Língua Portuguesa e Matemática, padronizada para um indicador entre 0 e 10, dos alunos da unidade j, obtida em determinada edição do exame realizado ao final da etapa de ensino; Pji = indicador de rendimento baseado na taxa de aprovação da etapa de ensino dos alunos da unidade j.
Para melhor compreensão dos pontos em comum e as diferenças entre as duas avaliações consideradas pelo IDEB, o INEP montou um quadro comparativo abaixo:
Prova Brasil | Saeb |
---|---|
A prova foi criada em 2005. | A primeira aplicação ocorreu em 1990. |
Sua primeira edição foi em 2005, e em 2015 houve nova aplicação. | É aplicado de dois em dois anos. A última edição foi em 2005. Em 2015 houve nova prova. |
A Prova Brasil avalia as habilidades em Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas) | Alunos fazem prova de Língua Portuguesa (foco em leitura) e Matemática (foco na resolução de problemas) |
Avalia apenas estudantes de ensino fundamental, de 4ª e 8ª (5º e 9º ano) séries. | Avalia estudantes de 4ª e 8ª (5º e 9º ano) séries do ensino fundamental e estudantes do 3º ano do ensino médio. |
A Prova Brasil avalia as escolas públicas localizadas em área urbana. | Avalia alunos da rede pública e da rede privada, de escolas localizadas nas áreas urbana e rural. |
A avaliação é quase universal: todos os estudantes das séries avaliadas, de todas as escolas públicas urbanas do Brasil com mais de 20 alunos na série, devem fazer a prova. | A avaliação é amostral, ou seja, apenas parte dos estudantes brasileiros das séries avaliadas participam da prova. |
Por ser universal, expande o alcance dos resultados oferecidos pelo Saeb. Como resultado, fornece as médias de desempenho para o Brasil, regiões e unidades da Federação, para cada um dos municípios e escolas participantes. | Por ser amostral, oferece resultados de desempenho apenas para o Brasil, regiões e unidades da Federação. |
Aplicação em 2007: 5 a 20 de novembro. | Aplicação em 2007: 5 a 20 de novembro. |
Parte das escolas que participarem da Prova Brasil ajudará a construir também os resultados do Saeb, por meio de recorte amostral. | Todos os alunos do Saeb e da Prova Brasil farão uma única avaliação. |
Fonte: INEP, 2017.
As duas avaliações, junto às taxas de aprovação, servem como base para o cálculo do IDEB. Sem a opção pelos testes, estados e municípios não têm o IDEB calculado e, assim, não podem participar dos programas baseados nas metas previstas pelo Compromisso Todos pela Educação, do MEC, que, segundo Gustavo Heidrich (2007) “inclui temas como alfabetização, formação de professores e gestão de recursos para Educação. Durante as provas, são aplicados, também, questionários que permitem traçar o perfil social e o capital cultural do aluno, do professor, do diretor e da escola”.
Ainda segundo Heidrich (2007), além de participar do SAEB, alguns estados (São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Mato Grosso, Tocantins, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul) mantém suas próprias avaliações. Sergipe possui um sistema de avaliação apenas dos professores.
Em 2007 a Prova Brasil passou a ser operacionalizada em conjunto com o Saeb. Assim, os estudantes não precisam mais passar por duas provas. Como são avaliações complementares, uma não implica a extinção da outra. Os resultados obtidos na Prova Brasil e no SAEB são levados em conta na elaboração do IDEB (Brasil, 2015).
Esse instrumento é obrigatório para todos os estudantes de 5º e 9º ano de escolas públicas, e não é um exame como outro qualquer. Seus resultados são essenciais para promover um diagnóstico da situação do ensino no país, já que os dados coletados na prova são usados para calcular o IDEB. Além de avaliar a situação das redes de ensino brasileiras, o referido instrumento faz um balanço da situação educacional no país, e tem a função de nortear decisões administrativas e pedagógicas nas escolas.
Como a Prova Brasil é calculada? Como o objetivo das provas não é o de avaliar os alunos, não há boletim individual de desempenho para a Prova Brasil e SAEB. As notas são dadas às escolas, às redes - municipal, estadual e federal, e aos sistemas - público e privado. As notas da Prova Brasil e do SAEB não vão de 0 a 10 vão de 0 a 500 (Brasil, 2016). Cada escola participante recebe o material com sua nota, a nota média do município, do estado e do país, com a explicação do significado da nota alcançada evidenciando o que a média dos alunos sabe e o que ainda precisa aprender.
A Secretaria Municipal de Educação - SEM, como instituição responsável pela sistematização dos conhecimentos, valores e atitudes formadoras do cidadão, utiliza-se de instrumentos através do processo ensino e aprendizagem e da execução de atividades que possibilitam alcançar seus objetivos em relação à leitura e à escrita. Cabe à SEM estabelecer relações entre família, escola, coordenadores, diretores, técnicos e demais envolvidos no processo com maior ênfase aos níveis Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II (1º ao 9º ano) incluindo um atendimento as famílias. Esse trabalho desenvolveu-se durante o ano de 2006, 2007 e 2008 com atendimento mensal, enfatizando as debilidades, trabalhando os pontos de estrangulamentos encontrados anteriormente nas oficinas e estudos feitos em 2007 com professores, coordenadores e diretores.
Através do projeto Escola Eficiente buscou-se intensificar a leitura e a escrita nas escolas, capacitando professores, coordenadores, diretores e técnicos responsáveis pelo processo, estendendo o atendimento às famílias dos alunos com palestras de Motivação e Cidadania, o que favoreceu um resultado satisfatório em termos de aprendizagem, visto que melhorou a atuação da comunidade escolar, fazendo acontecer uma gestão democrática e participativa na Educação do Município.
O referido projeto ensejou alcançar os objetivos de ações propostas, como elevar os resultados do IDEB, melhorar a aprendizagem dos alunos, para que o ato de ler não perca o seu caráter social e decodificador dos significados atribuídos ao mundo pelo educando, focando a vertente família, além da escola. A SEM se propõe a educar fora dos muros da Escola. Nesse sentido, buscando evidenciar a relevância do trabalho conjunto entre escola e família como parte fundamental da aprendizagem da leitura e da escrita, é que se desenvolveu esse estudo.
Como o desenvolvimento do acompanhamento seguido da proposta sugerida pelo Projeto Escola Eficiente para elevar ainda mais os resultados de aprendizagem apresentados pelo IDEB, lembrando que o projeto foi aplicado no município durante três anos (2006, 2007 e 2008), utilizando-se como instrumento de base os índices do IDEB municipal e estadual dos anos de 2005, 2007 e 2009, no estudo anterior.
Assim, a proposta foi, no presente estudo, caracterizar em resultados atuais do IDEB 2011, 2013 e 2015, os últimos testes avaliativos aplicados na população estudada, Ensino Fundamental I e II. Diante dos resultados o objetivo central do trabalho trata-se identificar os resultados do IDEB 2011, 2013 e 2015 após o fortalecimento da eficiência do projeto escola eficiente ler e escrever através da gestão continuada no município Mauriti - CE, Brasil.
METODOLOGIA
Realizou-se um estudo quantitativo, do tipo descritivo com análise comparativa. Segundo Hernández Sampieri et. al. (2006) o estudo descritivo permite observar o fenômeno no seu contexto habitual para depois proceder as análises, caracterizando o desenvolvimento das atividades de leitura e escrita aplicadas durante o desenvolvimento do projeto Escola Eficiente; buscou-se coletar elementos para descrever aspectos do fenômeno estudado.
A comparação investiga fatos, coisas ou pessoas, expondo suas diferenças e semelhanças, cujas características, segundo Fachin (2005) são: a necessidade de várias categorias a serem comparadas; a busca de elementos comuns; a possibilidade de trabalhar com grandes grupamentos.
A metodologia aplicada esclarece todos os passos do trabalho que possibilitou chegar-se aos resultados que visam esclarecer o tema investigado: Resultados do IDEB 2005 a 2015, em termos de eficácia da Leitura e Escrita antes e depois do desenvolvimento do “Projeto Escola Eficiente: ler e escrever para protagonizar”, compará-lo, numa análise reflexiva, com os objetivos do Projeto. O Projeto Escola Eficiente surgiu no ano de 2006 devido a um projeto que representou um conjunto de atividades desenvolvidas na SEM, no estado do Ceará. O projeto inicial desenvolveu-se desde o ano de 2006, advindo da preocupação com o índice do IDEB municipal do ano de 2005.
Para melhorar esse índice contou-se com a aplicação do projeto inicial desenvolvido nos anos de 2006 pelo período de três anos, o qual envolveu essa pesquisadora como coordenadora do referido projeto, alunos, pais, professores e corpo técnico pedagógico envolvido com o processo da leitura e escrita, por meio de reflexões teóricas, práticas e ações didáticas aliadas aos estudos teóricos metodológicos realizados no decorrer dos encontros, fornecendo aos alunos alternativas reflexivas e críticas diante dos problemas do cotidiano escolar, o que tornará capaz de auxiliar na busca de soluções para a superação dos desafios.
Assim, essa pesquisa constitui-se de uma análise comparativa de entre os resultados lançados pelo IDEB antes da aplicação do Projeto e depois dele para analisar as coincidências ou discrepâncias de concretizações com ou sem o Projeto, observando-se se houve gestão continuada na perspectiva de melhoria dos índices para avaliação.
Busca caracterizar ou descrever comparativamente os resultados do IDEB 2005 a 2015 em relação à leitura e escrita dos alunos das escolas municipais de Mauriti - CE, antes e depois do desenvolvimento do Projeto Escola Eficiente. Portanto amostra é intencional e não necessita representatividade, já que não se generaliza os resultados. Também é comparativa, pois, toma dois tempos dos resultados: antes e depois do desenvolvimento do referido projeto.
Nesse estudo comparou-se os índices do IDEB municipal de Mauriti e estadual do Ceará, como forma de verificar se o desenvolvimento do Projeto Escola Eficiente alcançou seu objetivo. Utilizou-se um estudo descritivo e comparativo, pois um dos objetivos da aplicação do projeto era o de aumentar os índices apontados pelo IDEB na área de Língua Portuguesa em leitura e escrita, visto que os resultados obtidos através dos resultados das avaliações aplicadas, o IDEB desde 2005 vem servindo para analisar o parâmetro de qualidade do ensino de Língua Portuguesa.
Os dados referentes aos resultados do IDEB 2005, 2007, 2009 2011 e 2015, bem como as metas do governo em relação a esses índices foram extraídos do site do MEC. Pela análise estatística dos resultados da avaliação de Língua Portuguesa do IDEB de 2005 a 2015, estas foram analisadas através das técnicas de análises de conteúdo e posteriormente tabuladas com procedimentos estatísticos, a fim de um estudo reflexivo e comparativo para responder os objetivos desta pesquisa.Verificou-se que os mesmos atenderam tais critérios, como explicitado no capítulo seguinte. A análise dos dados se encontra de maneira a comparar os resultados do IDEB 2005/2015, identificando assim a melhoria da qualidade da educação no que se refere à leitura e à escrita dos alunos das escolas municipais de Mauriti- CE.
RESULTADOS
Verificou-se a eficiência de um projeto que envolveu professores, coordenadores, diretores, pais e alunos das escolas municipais de Mauriti - Ceara. Antes da aplicação do referido projeto os índices eram abaixo do esperado, trazendo grandes preocupações a todos os responsáveis pelo desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, como os pais.
CorroboramSzimanski (2001) e Tiba (1996) que a instituição não substitui a família, mas em conjunto com ela pode proporcionar excelentes resultados. Após aplicação e desenvolvimento do Projeto em questão, verificou-se que os índices aumentaram significamente, ultrapassando até mesmo as metas projetadas pelo governo para o ano de 2009. Percebeu-se avanços, limites, desafios, a política educacional do município com algumas carências em reformulações, apoio, esforço e vontade em fazer diferente. Pode-se então afirmarque prática do referido projeto foi transformadora no processo educacional.
A presença de tantas buscas, tanto compromisso, entusiasmo no querer fazer diferente apontam alguns critérios dessa abordagem pedagógica que argumenta a todos os envolvidos no processo que de forma comprometida, deve-se repensar e atuar em uma postura ética que se possa alcançar o objetivo maior dessa trajetória. Conforme assimilou Nogueira (2006) ao expressar a relevância da participação de toda a comunidade escolar nas tomadas de decisões em relação aos objetivos e metas a serem alcançados pela instituição educativa. Ainda segundo Nogueira (2006), deve existir uma relação que envolva escola e comunidade voltada para a participação da segunda na gestão escolar de modo que haja positiva influência da cultura da comunidade na escola.
(...) inúmeras pesquisas vêm demonstrando a influência positiva sobre o desempenho acadêmico, do envolvimento parental na escolaridade dos filhos, (...). Contudo, o apelo atual pela parceira família-escola baseia-se numa relação com os resultados dos alunos, em que o “fracasso escolar” é menos e caso de alunos cujos pais acompanham com maior frequência o trabalho da escola (Nogueira, 2006, p. 157).
A questão da descentralização das políticas, a proposta pedagógica e o papel do gestor faz uma grande diferença. Até por que, o Projeto Escola Eficiente foi uma proposta de trabalho articulado de ordem municipal, envolvendo além dos atores do processo, a SME de Mauriti, como colaboradora do desenvolvimento do projeto e em consequência da melhoria dos índices do IDEB de 2005 e 2007.Mesmo que os resultados não sejam suficientes para alterar o sistema educacional como um todo, percebe que o projeto conseguiu e possibilitou diversas experiências instaladas nas escolas de Mauriti - CE, que apresentaram mudanças pedagógicas fortemente enraizadas e produzindo fruto. Intencionalmente se procura implantar mudanças pedagógicas propostas no sistema educacional como um todo.
A experiência em se observar professores, técnicos, coordenadores e demais envolvidos no processo demonstrou que as práticas pedagógicas inovadoras acontecem quando as instituições envolvidas se propõem a repensar e a transformar a sua estrutura cristalizada em uma estrutura flexível, dinâmica e articuladora. Chalita (2001) afirma que é relevante o papel do professor na buscade didáticas, metodologias e outros reveses da educação para alcançar o interesse do aluno, com o intuito de atingir as metas estabelecidas pela educação. Pode-se verificar através dos dados coletados (quadro 2 e 3) o acréscimo destes índices entre os anos de 2005, 2007 e 2009 em relação à Língua Portuguesa.
A possibilidade de sucesso está em se considerar que todos os expectadores do projeto envolvido no sistema sejam responsáveis pelas ações, mas principalmente se ponham como parceiros na concepção de todo o trabalho.
Segue o Gráfico 1 para análise comparativa dos índices do IDEB dos anos de 2005, 2007 e 2009 que sustentaram a eficácia do Projeto Escola Eficiente.
Em se observando o Gráfico 1 percebe-se uma melhoria de 44% do índice do IDEB de 2005 e 2009. O aumento do índice entre 2005 e 2007 foi 8%. Percebe-se ainda que, tanto o índice de 2007 quanto o índice de 2009 superaram as metas propostas dessas avaliações. Os resultados mostram que o desenvolvimento do “Projeto Escola Eficiente: ler e escrever para protagonizar” alcançou o objetivo de melhorar a qualidade da Educação no que se refere à aprendizagem da leitura e da escrita. Observa-se que o IDEB do estado do Ceará do ano de 2007 da 4ª e 5ª série melhorou em 16%; o IDEB de 2009 em relação a 2007 melhorou em aproximadamente 16%. Os índices de 2005 e 2009 evidenciam que a melhoria do índice do IDEB de 2009 foi 27,3% e, portanto, melhoria significativa.
É possível, quando todos os responsáveis pelo processo de ensino e aprendizagem se juntam para o bem comum, obter e até mesmo superar os objetivos. Conforme. Tiba (1996), Libâneo (2000), Caiado (2010) e Nogueira (2006), a participação da família no contexto escolar pode tornar a aprendizagem mais significativa e melhorar o desempenho do aluno nesse processo. Libâneo (2000) admite que é preciso repensar os objetivos e processos didático-pedagógicos em busca da melhoria e adequação da educação em relação à realidade.
Conforme o INEP (s/d) a função do IDEB é medir a qualidade de cada escola, de cada rede de ensino em todo o país. Suas avaliações, por meio da Prova Brasil e do SAEB evidenciam a realidade escolar e proporciona verificar quais os pontos positivos e a melhorar, conforme se institui, a considerar os dados do IDEB, comparadamente, para analisar a melhoria da qualidade da leitura e da escrita em Mauriti - CE. Para analisar a melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem da leitura e da escrita do município em relação ao estado elaborou-se o Gráfico 2.
Em se observando o Gráfico 2 pode-se afirmar que o índice do IDEB do estado do Ceará de 2007 em relação ao IDEB de 2005 melhorou em 11,5%; o índice de 2009 em relação ao índice de 2007 melhorou em 14%. Comparando os índices de 2005 e 2009, pode-se afirmar que a melhoria foi de 20,5%.
Em se comparando os índices municipais e estaduais do IDEB de 2005, 2007 e 2009 em relação à 4ª e 5ª série observa-se que:
Em 2005 Mauriti ficou 28% abaixo do índice estadual;
Em 2007 Mauriti ficou 23,7% abaixo do índice estadual;
Em 2009 Mauriti ficou 7% abaixo do índice estadual
Em 2005 Mauriti ficou 13% abaixo do índice estadual;
Em 2007 Mauriti ficou 12,5% abaixo do índice estadual;
Em 2009 Mauriti ficou 7,7% abaixo do índice estadual.
Diante dos resultados acima se pode afirmar que após o desenvolvimento do “Projeto Escola Eficiente: ler e escrever para protagonizar”, os índices do IDEB municipais foram aumentando, significando melhoria da qualidade do ensino e aprendizagem da leitura e da escrita.
Os dados do IDEB bem como o sistema de avaliação do ensino preparado pelo INEP para o Ministério da Educação são a demonstração do avanço educacional dos indicadores no Brasil. Justamente esses indicadores é que garante a manutenção de políticas públicas e a melhoria da qualidade da educação. O monitoramento da real situação do alunado é que permitem identificar as melhores práticas e os melhores métodos pedagógicos e em contrapartida, os piores desempenhos. Assim é importante que os diagnósticos sejam conhecidos em termos de município, estado e país.
Outro ator refere-se à necessidade de medir, avaliar e cobrar - a qualidade da educação, sempre procurando envolvendo pais, alunos e professores. Até por que, a ciência dos indicadores de desempenho é recente no país, necessitando assim, uma atenção especial quanto á sua aplicabilidade e objetivos, de maneira que, a partir de seus resultados se possam montar modelos de reforço aos mais fracos e estimular os melhores.
Diante dos resultados é que se pode traçar um conjunto de ações a curto, médio e/ou longo prazo para que possa reverter um quadro que tenha mostrado uma aprendizagem abaixo da meta proposta pelo IDEB. É preciso acompanhar cada aluno de perto, cuidando da aprendizagem do professor e do aluno. Mesmo que haja muitos desafios concebe-se que não seja impossível de tais metas serem alcançadas.
Os dados do IDEB trazem implícitas informações qualitativas, sendo que seus números são interpretados, com base numa série de outras informações de que o analista dispõe, como os fatores socioeconômicos, por exemplo. Por isso, é preciso cautela ao se manipular tais resultados, é preciso considerar que a avaliação serve para iluminar o caminho do ensino e que, sozinha, não tem valor. A partir dos indicadores é possível produzir um diagnóstico, identificar problemas e experiências de êxito, além de estabelecer correlações, testar hipóteses e, a partir daí fazer um planejamento, corrigir falhas, mudar estratégias e produzir recomendações para a melhoria da educação seja de ordem municipal, estadual ou até mesmo, do país, como objetiva o MEC através dos dados do IDEB.
O“Projeto Escola Eficiente: ler e escrever para protagonizar”, foi objeto de estudo da autora dessa pesquisa e, à partir da conscientização dos pais e demais envolvidos no referido projeto nos anos de 2006 e 2007 é que se considerou necessário a verificação dos resultados do IDEB dos anos 2005, 2007 e 2009 comparadamente, para assim, afirmar ou não que o projeto contribuiu com a melhoria da qualidade do processo de ensino e principalmente da aprendizagem da leitura e da escrita dos alunos das escolas municipais de Mauriti. Diante da observação da projeção positiva do projeto no processo de aprendizagem dos alunos das escolas municipais do município de Mauriti- Ceará. A pesquisa não delimita ao ano de 2009, mas a pesquisadora quer saber como anda a gestão pedagógica em favor de manter o índice alcançado e mais ainda saber se houve acréscimo nos índices de 2011, 2013 e 2015.
No Quadro 4 se observa o resultado do IDEB, para o 5º ano e 9º ano. Ao analisa-lo mostra-se que após os três anos de projeto; analisando os índices obtidos nos anos posteriores há um significativo acréscimo na pontuação dos alunos. O demonstra que a gestão pedagógica está em parceria com a comunidade escola, e com isso propicia que não diminua os resultados, favorecendo com isso que o aluno esteja sempre amparado pelos professores, família e outros agentes envolvidos nesse contexto.
Assim corroborado com Freire (1987), o trabalhador da educação (professor e outros) que tem a oportunidade de melhorar sua prática participando ativamente dos estudos, discussões e replanejamentos, assume seu papel de sujeito, e trabalha com mais prazer e comprometimento. “A reflexão e a ação se impõem, quando não se pretende, erroneamente, dicotomizar o conteúdo da forma histórica de ser do homem” (idem, p. 52).
DISCUSIÓN
A busca por uma educação de qualidade tem sido afiançada pelas aplicações das provas do Saeb e Provinha Brasil. Seus índices são baseados em metas, que por sua vez, retratam os pontos positivos e pontos a melhorar na educação, principalmente em se tratando da leitura e dos cálculos, além de serem importantes ferramentas de análise da educação. Ambas as avaliações foram criadas, dentre outras motivações, para medir a capacidade de leitura dos estudantes e a assimilação de conteúdos de Língua Portuguesa e de Matemática, sendo formuladas segundo a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que garante que os mesmos conteúdos sejam avaliados em edições diferentes dos testes, permitindo maior seriedade na comparação dos resultados.
Criado para avaliar a qualidade de cada escola de cada rede de ensino, o IDEB tem sido o indicador para que os alunos aprendam e cresçam em conhecimento, e o faz por meio das avaliações do desempenho dos estudantes em avaliações do INEP e em taxas de aprovação. A cada dois anos pode-se analisar se o Brasil se aproxima, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, a nota 6, correspondente ao nível da qualidade de ensino dos países desenvolvidos.
Diante dos resultados do IDEB de 2005 houve uma mobilização frente à aplicação e desenvolvimento do Projeto Escola Eficiente, com todos os envolvidos na educação municipal de Mauriti -CE, que passaram a valorizar o conhecimento produzido e adquirido pelo alunado, compreendendo assim a função da escola em proporcionar não só a transmissão dos conhecimentos científicos elaborados pela humanidade, como também de descobrir o caminho de novos saberes coletivamente. Em base aos resultados alcançados ousou-se apontar alguns caminhos que pudessem direcionar o trabalho dos professores para que a avaliação e, consequentemente, a leitura e a escrita tivessem uma nova concepção.
Ante toda a pesquisa acercapode-se afirmar que se deve atribuir à leitura um papel cada vez mais importante nos dias atuais, visto que ela é uma das melhores formas de se adquirir e organizar o conhecimento. É uma forma de atribuição contínua de significado, os quais precisam ser debelados pela compreensão do ser humano.
A avaliação do processo de leitura deve ser um momento de descobertas sobre o que o aluno aprendeu ou deixou de aprender para que em cima das dificuldades o professor possa trabalhar com o intuito de oferecer um conhecimento maior sobre o referido processo. Assim, confere-se que o aluno não pode ser afastado da leitura, isso porque uma sociedade é resultado de muita leitura, e esta, não é feita apenas através de uma linguagem verbal, mas principalmente deve ser vista como um ato realizado através de conceitos não-verbais.
É preciso, por meio de avaliações, perceber a qualidade da leitura para que essa seja de fato melhorada. A leitura reflete a compreensão do aluno sobre o texto. A compreensão da escrita é um dos atributos e competências para a compreensão da leitura e, portanto, leitura e escrita tornam-se indissociáveis quando se pensa em desempenho da leitura do alunado. Oacompanhamento e auxílio dos pais e/ou responsáveis quando no hábito da leitura do alunado é uma necessidade.
Ainda com base a esses índices de melhoria, considerando a participação dos pais no desenvolvimento do Projeto Escola Eficiente: ler e escrever para protagonizar, em relação às perguntas dessa investigação pode-se afirmar que o envolvimento dos pais auxilia na melhoria da aprendizagem da leitura e da escrita dos alunos. E ainda, que é possível aumentar o índice do IDEB através do desenvolvimento do projeto “Escola Eficiente” que envolve ao mesmo tempo pais, alunos, professores e coordenadores o ensino da leitura e da escrita.
As ações coletivas fazem com que todos se envolvam com responsabilidade, trabalhando com afinco para que o projeto possa obter bons resultados. Mesmo com o projeto finalizado, deve-se permanecer as formações continuadas e apoio a família e alunos; manter, ampliar a participação dos pais em todo o contexto do processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa. Para isso, sugere-se a ampliação e revisão do Projeto Escola Eficiente, com base as questões cobradas através dos instrumentos de avaliação criados pelo MEC.